Round 1

Power Instinct: uma pérola que poucos conhecem

Nos anos 90, a competição por um lugar ao sol entre as diversas franquias de jogos de luta era algo comum, e vimos diversos títulos se destacarem fortemente nesse período, como Street Fighter (Capcom), Mortal Kombat (na época, Midway, hoje com a NetherRealm), The King of Fighters e Fatal Fury (SNK). Buscando por uma fatia desse mercado, a Atlus trouxe Power Instinct em 1993, lançando o primeiro título da franquia para arcades, Super Nintendo e Genesis (Mega Drive).

Power Instinct 1: tela inicial do arcade
O visual do primeiro título era bastante similar à Street Fighter 2

A série no seu todo se destacou por sua abordagem humorística e personagens peculiares – como as irmãs gêmeas Goketsuji, Otane e Oume, que são bastante idosas e fogem do estereótipo de protagonistas femininas bonitas que vemos em outros games. Além delas, a franquia conta com uma seleção diversificada de lutadores com habilidades e estilos de luta únicos.

O sistema de “estresse”

A partir do segundo título da franquia, em 1994, uma barra de recurso foi adicionada, conhecida como “Stress”. Basicamente, era uma resposta aos recursos presentes nos jogos da SNK que, ao serem preenchidas, permitiam uma técnica mais poderosa. Obviamente, muita coisa era inspirada, ou até mesmo “copiada”, mas tudo se encaixava muito bem para a proposta do game, encaixando-se muito bem na personalidade do game e seus personagens.

A barra de estresse incluiu a possibilidade de execução de Super Movimentos

O design carismático e caricato

Diferentemente de muitos outros jogos de luta, sérios e sombrios, Power Instinct adota uma abordagem humorística e exagerada. Os personagens e cenários apresentam elementos cômicos e surreais, criando uma atmosfera descontraída e divertida. Esse aspecto distintivo da franquia torna os jogos de Power Instinct uma experiência única no gênero de luta.

Matrimelee trouxe gráficos renovados e cores mais vivas

Mesmo nos títulos com menor capacidade gráfica, como o Super Nintendo e o Genesis, foi possível transmitir esse estilo bastante diferenciado, que gerava inicialmente uma estranheza (até mesmo quando comparávamos com outros títulos de jogos de luta), mas que depois nós víamos como algo extremamente divertido e confortável.

Mesmo com a capacidade gráfica menor, o título de SNES já era razoavelmente bonito

Muito bem aceito (pelos poucos) que o conhecem

Seu estilo único e mecânicas de jogo inovadoras foram elogiados por oferecer uma experiência refrescante em um gênero competitivo – a HardCore Gamers avaliou Matrimelee com 8/10, uma nota consideravelmente boa quando pensamos em jogos de luta. Todavia, a franquia no geral é uma “ilustre desconhecida”, então esta avaliação acaba por ser um elemento isolado.

Tamanho desconhecimento faz com que o game sequer seja lembrado para um reboot – lembrando que até mesmo outras franquias igualmente “desconhecidas”, como The Rumble Fish, tenham recebido relançamentos. Além disso, a Atlus é uma empresa ativa no mercado, com bons títulos recentes, como Persona 5 (2017) e Catherine: Full Body (2020).

O que podemos concluir

Power Instinct é uma franquia de jogos de luta que se destaca por sua abordagem humorística, personagens carismáticos e jogabilidade acessível. Embora tenha seus pontos fortes, como a diversidade de personagens e o estilo de luta divertido, a série também enfrenta desafios, como a falta de complexidade técnica (é considerado um game bem menos técnico que seus concorrentes) e uma popularidade limitada. No entanto, para os jogadores que apreciam uma experiência de luta descontraída e cheia de personalidade, Power Instinct pode ser uma escolha atraente.

Hoje, quem deseja jogar os games da franquia Power Instinct precisa recorrer a emuladores ou usar plataformas alternativas de jogo, como o Fightcade. Para quem deseja uma forma oficial de desfrutar desses títulos, ou talvez um reboot ou remake, talvez precise torcer para que a Atlus os republique. Será que há alguma chance?

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