Round 1

Review: Granblue Fantasy Versus: Rising vai muito além da luta

Granblue Fantasy Versus: Rising foi lançado há pouco para PlayStation (4 e 5) e PC (Steam), sucedendo o elogiado título anterior, lançado no começo de 2020, três anos atrás. Esse título anterior, todavia, acabou ofuscado pelo péssimo desempenho online, com seu netcode baseado em delay – algo que o fez perder bastante de seu público de base. Graças a isso, houve muita expectativa sobre o novo título, principalmente pelos ótimos feedbacks gerados pelo último beta aberto.

O lançamento desta nova edição, Rising, animou a comunidade, que amava o jogo, mas não conseguia jogá-lo de forma adequada. Nós do Round 1, através do nosso editor Shiro, obtivemos uma cópia que nos foi cedida pelo nosso parceiro Nuuvem, e tivemos a oportunidade de testar o jogo em primeira mão.

Nosso editor, Shiro, foi por muito tempo um dos principais responsáveis por administrar a parte da comunidade de GBVS da PSN – antes o jogo não contava com crossplay -, então julgamos que não há outra pessoa que seja mais capaz neste momento do que ele para avaliar o GBVS Rising. Confira a seguir as nossas percepções.

Muitos modos de jogo

Quando a gente diz que Street Fighter 6 subiu a régua na exigência de jogos de luta, indo muito além dos jogos de luta, GBVS Rising anotou tudo isso e usou bem dessa régua. Há vários modos de jogo de GBVS Rising, tanto para os novatos e casuais quanto para os veteranos – em negrito os novos modos.

Menu “Jogo”:

Menu principal do jogo, exibindo as missões diárias

Menu “Online”:

Menu “Perfil”:

Menu “Comunidade”:

Menu “Loja”:

Menu “Opções”:

Algumas coisas que já existiam receberam melhorias, enquanto outras apenas foram movidas para estes menus. A navegação é até mais simples que a edição anterior do jogo, mas ainda assim é fácil de se perder entre tantas coisas.

Gráficos (ainda mais) melhorados

Os modelos dos personagens receberam um refinamento, deixando tudo ainda mais belo. Além disso, novos ângulos são exibidos dependendo da técnica – agarrões, golpes em contra-ataque e outros mais contam com ângulos diferentes de visualização, dando mais dinâmica ao confronto.

Alguns jogadores durante os betas abertos reclamaram que certos elementos estão chamativos demais em comparação à versão anterior. Todavia, os feedbacks ficaram mais claros, o que também ajuda na jogabilidade.

Além das melhorias de gráfico in-game, os menus foram todos graficamente revistos – inclusive com ilustrações belíssimas no fundo de cada menu.

O modo história

Se você já jogou o Modo RPG do título anterior, você não precisará jogar de novo as missões presentes no Rising. Apesar de ser um tanto escondida essa opção, você pode encontrá-la em Opções / Configurações do Sistema / Transferir dados salvos.

Como a nossa cópia para avaliação não tinha como acessar o ambiente online, não pudemos resgatar nossa campanha no título anterior, então jogamos para testar as missões do primeiro capítulo da história. Basicamente não houve mudanças na parte mais básica da experiência, mas houve uma redução de etapas até chegar aos chefões de cada capítulo – o que gerará uma experiência de jogo um pouco mais rápida.

Com três partes, são cerca de 120 missões para completar o modo história – e você pode retornar para cada um desses capítulos para tentar avaliações melhores e aumentar um pouco as recompensas recebidas.

Modo Arcade curto, mas variável

Jogamos o modo arcade – o primeiro que aparece. De forma um tanto estranha, são apenas seis lutas contra adversários padrão até chegarmos ao último chefe, Beelzebub – ou seja, três lutas a menos que no GBVS “vanilla”. Tal como o título anterior, não há um “final”, mas apenas uma ilustração daquele personagem que você recebe no final da jogatina e que aparecerá no Diário da Lyria, a galeria do jogo.

Todavia, dependendo do seu desempenho durante o modo arcade, o chefão não será Beelzebub, mas sim Avatar-Belial – e ao vencê-lo, outro chefe estará à sua espera: Lucilius. Ou seja, você pode ter dois “finais” ao jogar, pois ao vencer Lucilius, você recebe uma imagem de final diferente.

Jogamos na dificuldade máxima (Inferno) – até porque o Shiro é um jogador experiente -, e podemos dizer que a dificuldade está dentro do adequado para jogadores padrão poderem treinar, mas não tão intensa para que jogadores competitivos possam utilizar como base de treino.

Opções amplas de treinamento

Falando em treino, o Modo Tático, presente no GBVS, foi transferido integralmente para dentro do modo de treino do Rising, centralizando tudo. Combos, tutorial de jogo e tudo o mais foi colocado dentro do modo de treino.

Apesar da união parecer algo esperado, o fato é que fica tanta coisa no modo de treino que é extremamente fácil de se perder nos conteúdos do menu de treinamento, ou até ter dificuldades de encontrá-los. Como nós já jogávamos o título anterior, nós sabíamos que tal conteúdo existe, mas novatos que estão entrando na jogatina agora podem ter alguma dificuldade para se encontrar frente a tantas opções de treino. Vale a pena explorá-las com calma, pois elas fazem diferença.

A adição da exibição de frames atinge em cheio os jogadores veteranos, mas também será importante para jogadores novatos que desejam evoluir e conhecer um pouco mais das propriedades de cada golpe.

Gameplay simplificada, mas ainda com profundidade

Inicialmente uma decisão que gerou polêmica, os comandos simplificados foram mantidos, mas foi adicionada uma recompensa para jogadores que utilizarem os comandos técnicos, com um dano adicional em 10% quando feitos fora de um combo – dentro de um combo, ambos aplicam dano igual.

Além da recompensa de dano, há também algo mais voltado ao “orgulho”: um aviso “Bom” quando um comando técnico é executado ao invés de um comando simplificado.

Na outra ponta, as mudanças de mecânica trouxeram uma dinâmica nova para o confronto. Saindo o famigerado sistema de Overdrive (Overdrive, Backshift e Rush), o jogo adicionou o sistema Raging (Raging Strike e Raging Chain), que no primeiro beta estava bastante balanceado, mas já no segundo beta e no jogo lançado está dentro do ideal.

As Ultimate Skills, habilidades poderosas, também exigem uma nova forma de gerenciar as barras de recurso, requerendo inteligência por parte do jogador para cuidar desses recursos.

Rollback e Crossplay (finalmente!)

Para quem não conhece, diferentemente do Delay Netcode, que para compensar a diferença de resposta da internet dos jogadores atrasa a compreensão dos comandos, o Rollback Netcode faz essa compensação nas animações, mantendo a sensação de que tudo foi realizado localmente.

Tivemos de esperar bastante para jogarmos as primeiras partidas online, já que o pré-acesso só abriu uma semana após recebermos o game para avaliação. Com exceção de uma ou outra partida, a maioria dos confrontos estava com uma conexão excelente – algo que já havíamos experimentado no último beta aberto.

O crossplay permite que jogadores de PC (Steam) e da PSN (PS4 e PS5) possam jogar, uma necessidade que os fãs da franquia exigiam já há bastante tempo – até porque as duas comunidades eram separadas. Todavia, até o fechamento deste artigo, a versão para PC (Steam) ainda não havia sido anunciada nas lojas – provavelmente só será liberada no dia 14, dia do lançamento mundial.

(Quase) todos os personagens são carismáticos

A escolha do elenco do jogo já era conhecida pelos jogadores, então muita gente conhece o elenco do game. Algumas escolhas são bem populares, como Percival, Narmaya e Ferry, mas outros personagens, como Anre, tiveram suas escolhas bastante criticadas pelos fãs.

Os quatro personagens inéditos, Nier, Siegfried, Anila e Grimnir, todavia, foram escolhas certeiras. Com exceção do último, os outros três foram alguns dos escolhidos no Top 10 de personagens pelo mundo todo, mas a reação do público com a revelação do Grimnir mostrou uma aceitação ótima.

Muita (muita, muita, muita) personalização

A personalização já era um marco de diversos games. Mesmo no GBVS, você conseguia efetuar algumas coisas simples, como imagens de perfil, avatar do lobby e uma ou outra coisa mais.

Porém, em GBVS Rising as opções são muito mais amplas. Desde a imagem do lutador (o que reflete na tela de seleção de personagens e também nos confrontos online), indo até a disponibilização de skins, cores e armas, a personalização ficou mais ampla.

(Não, ela não chegou ao nível de lutadores na Tekken 7, nem de avatares de lobby em Street Fighter 6, que era tão amplo e exagerado que saía cada coisa bizarra…)

Um lobby com diversas opções de interação

Às vésperas do lançamento do jogo nós finalmente pudemos acessar o lobby. Porém, não havia quase ninguém com quem interagir, já que isso ocorreu antes do lançamento no ocidente. Tal como já havíamos experimentado no beta, o lobby é imenso e repleto de elementos para interagir.

Alguns elementos antes indisponíveis agora podem ser acessados – por exemplo, as máquinas de gacha. Nelas, você pode tentar coletar elementos estéticos que podem ser utilizados para personalizar seu menu de perfil ou figuras para o modo Modelos Digitais.

Um assistente que vai falar com você. Talvez até demais

Assim que você começa a jogar, você terá um personagem auxiliar que te dará conselhos e dicas, te elogiar nas vitórias e te encorajar nas derrotas.

Por padrão, o personagem é a Lyria, mas você pode mudar para qualquer outro personagem que você gostar – até mesmo personagens de colaboração, como as de Umamusume: Pretty Derby, estão disponíveis para serem auxiliares. Queríamos colocar a Lunalu como auxiliar, mas não tínhamos Rúpias (moeda interna do jogo) o suficiente para isso, mas experimentamos alguns deles.

Katalina, nossa opção por boa parte do jogo, tem conselhos sérios e até importantes – por exemplo, se você está jogando há muito tempo, ela recomenda que você descanse um pouco. Porém, de vez em quando os auxiliares falam coisas aleatórias – como a Katalina mostrando todo o apreço pelo Vyrn (o dragãozinho), ou a Nier soltando uns pensamentos beeeeeeem mórbidos. Já o Belial… bem, a gente se rachou de rir com as frases dele. Abaixo, selecionamos algumas das que mais nos chamou a atenção.

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Porém, chega uma certa hora que os personagens auxiliares começam a ficar incômodos. A opção que parece indicar que queremos desligá-lo só voltou ao personagem padrão, a Lyria. Talvez seja algo que eles venham a ajustar em breve.

Hora de brincar com Action Figures

O modo de Modelos Digitais foi um acréscimo bem curioso. Raro em boa parte dos jogos de luta, mas já presente em Guilty Gear -Strive-, este modo permite a criação de dioramas com personagens do jogo, objetos diversos e outras coisas mais.

Infelizmente sem o modo online nós estávamos limitados a pouquíssimos objetos, então não conseguimos fazer muita coisa. Porém, no showcase apresentado pela Cygames pudemos acompanhar o diretor de conteúdo, Fukuhara, utilizá-lo, mostrando que a quantidade de conteúdos é bem grande – e boa parte delas pode ser desbloqueada na Loja de Conteúdos, gastando o dinheiro interno do jogo.

“Fall Guys”? O modo Grand Bruise

Sem o modo online disponível, mas experimentando o recurso durante o beta aberto, tivemos a oportunidade de experimentar o “Fall Guys” de Granblue Fantasy, e o formato de jogo é bem parecido com o jogo desenvolvido pela Mediatonic. Vale lembrar que Grand Bruise! estará disponível também para os usuários da Free Edition.

Você disputa o Grand Bruise! com o personagem que você escolheu para avatar de lobby – e isso inclui também os personagens de collab. São três fases até ser decidido o campeão da corrida de obstáculos. O modo de jogo é bastante divertido – e com a promessa da Cygames do modo receber atualizações constantes, tudo fica ainda mais atrativo.

Assim como nos níveis de personagem, você também pode evoluir dentro do Grand Bruise! e obter diversas recompensas.

Faltaram rúpias? Evolua seus personagens ou cumpra missões

As rúpias são a moeda interna do jogo. Você as consegue jogando quase todos os modos do game. Cada personagem pode ser evoluído até o nível 500 – quanto mais você evolui, melhores são as recompensas, que envolvem rúpias, cores de personagem, bilhetes de kit de batalha (que permite obter skins de armas), títulos de perfil e muito mais. A evolução não é tão demorada – levamos a Katalina até o nível 24 tanto com partidas online quanto offline -, mas as recompensas não são gigantescas, o que exigirá que você jogue frequentemente para obter o máximo possível de recompensas.

Você também pode obter algumas recompensas ao jogar na máquina de garra no lobby – ao custo de 50 rúpias. As recompensas, porém, são aleatórias. A sorte também pode ser lançada nos bilhetes de kit de batalha, que trarão algumas skins de armas – caso você já possua uma arma, ela será convertida em rúpias.

Por fim, as missões diárias – geralmente, três – garantem mais algumas moedinhas. Pode ser a execução de uma Arte Celestial durante uma luta, ou editar seu cartão de perfil, ou jogar uma partida online. Essas missões são renovadas diariamente – ao menos até aqui, cada missão recompensava com 50 rúpias.

Uma versão gratuita: GBVS Rising ao alcance de todos

Se você está com grana curta e não tem como adquirir o GBVS Rising neste momento, ou está com dúvidas se é uma boa ideia investir no novo game da franquia, você pode jogar a versão gratuita, que lhe permite experimentar quatro personagens – Gran, mais três que serão rotativos semanalmente. Além disso, poderá acessar lobbies, jogar partidas ranqueadas e casuais e até mesmo acessar o Grand Bruise.

Os saves da versão gratuita podem ser levados para a Standard ou Deluxe. Logo, se você adquirir posteriormente uma das versões pagas, poderá continuar o Modo História de onde parou, assim como as condições de ranking de cada personagem que você evoluiu na sua jogatina.

Não pudemos experimentar a versão gratuita até o fechamento deste artigo, mas é esperado que o jogador não tenha acesso a todos os recursos – por exemplo, ele só poderá jogar a primeira parte do modo história, não poderá acessar salas personalizadas para jogar online e os níveis máximos de personagem serão reduzidos.

Conclusão

Granblue Fantasy Versus: Rising chega forte, com extremo carisma e uma gama de recursos que poucos jogos de luta dispõe. Os pontos negativos até existem, mas que pouco impactam a avaliação de um game que provavelmente é um dos melhores, se não o melhor, jogo de luta lançado nos últimos dez anos.

A Comunidade Brasileira de Granblue Fantasy Versus preparou uma série de vídeos sobre o GBVS Rising que você pode conferir no canal do YouTube da comunidade.

Granblue Fantasy Versus: Rising está disponível para PlayStation (4 e 5) e PC (Steam). Você pode adquirir o jogo no nosso parceiro Nuuvem neste link.

Confira abaixo o vídeo do Shiro experimentando o game pela primeira vez – não se preocupe, não há spoilers.

Autor

9.8 Deslumbrante

Prós:
- Gráficos belíssimos
- Trilha sonora magnífica
- Gameplay e modos de jogo que atendem bem a jogadores casuais e competitivos
- Muitos modos de jogo
- Um lobby amplo e com muitas opções de diversão e interação

Contras:
- São tantas opções que é fácil de se perder nos menus e é difícil encontrar uma opção específica
- As recompensas de rúpias não são muito grandes nas missões e upgrades de nível
- Não é possível desligar os personagens auxiliares
- Cadê a abertura do jogo antes do "Press Start"?

  • Gameplay 10
  • Conteúdo 9.5
  • Visuais 10
  • Desempenho 9.5
  • Som e Trilha Sonora 10
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