Lançado em 1995 após o sucesso do filme homônimo de 1994 (e que já era baseado na franquia de games beat ‘em up), Double Dragon foi uma aposta ousada da Technos Japan para entrar no mercado de jogos de luta. Lançado inicialmente para Neo Geo e posteriormente aparecendo no Neo Geo CD e no PlayStation, foi um dos últimos jogos lançados pela desenvolvedora antes de sua falência.
O enredo
Tal como na franquia principal, Billy e Jimmy são os protagonistas, que retornam à sua cidade natal, dominada por gangues, inclusive uma delas controlada pelo chefão do jogo, Shuko, que organiza um torneio de artes marciais para obter a metade de um medalhão que está sob controle dos protagonistas, o que lhe daria poderes imensuráveis.
Com um cast de dez personagens jogáveis (Billy, Jimmy, Marian, Abobo, Burnov, Amon, Dulton, Rebecca, Eddie e Chen-Fu), mais dois secretos (o sub-chefe Duke e o chefão Shuko). Billy, Jimmy, Marian, Abobo e Shuko estão presentes no filme, Burnov e Duke estão presentes em jogos da franquia original, enquanto os demais foram desenvolvidos especialmente para o jogo de luta.
Os cenários e a trama foram desenvolvidos com base no filme – até mesmo o fato de Marian, amiga de infância de Billy e Jimmy, ao invés de ser simplesmente a mocinha a ser resgatada, agora é uma personagem mais ativa e ser uma líder de gangue local.
Sistema de jogo diferenciado
O sistema de jogo de Double Dragon é bem distinto do que víamos em jogos similares. Ao invés da divisão específica entre botões de soco e de chute, como víamos em The King of Fighters ’94 e Street Fighter 2, jogos contemporâneos, Double Dragon se destacava por ter quatro comandos com variação de força (algo parecido com Fatal Fury, que dispunha de três com essa característica).
O medidor de carga (charge) para golpes super era acoplado à barra de vitalidade. Com isso, esse medidor de carga era abastecido mais rapidamente quando o jogador estava com menos vitalidade disponível. De forma exclusiva, Billy e Jimmy possuíam o recurso de transformação (que lembra vagamente uma ativação para “modo Super Saiyajin” do anime Dragon Ball Z).
Para se utilizar os movimentos de carga, bastava executar o comando normal do personagem utilizando dois botões ao invés de um. No caso da transformação de Billy e Jimmy, era necessário apertar todos os quatro botões simultaneamente. Além disso, o jogo contava com mais fatores diferenciados para a época, com agarrões no ar, defesa no ar e também atacar oponentes caídos no chão (em hard knockdown).
Gráficos que poderiam ser bem melhores
A escolha artística de Double Dragon partiu para um visual de anime – talvez esperado devido a ser o estilo mais comum para os jogos de Neo Geo. Todavia, o gráfico estava consideravelmente defasado se comparado com King of Fighters ’94 e Super Street Fighter II – e ainda mais se comparado com a Street Fighter Alpha, lançada alguns meses depois.
No geral, podemos dizer que os gráficos são “honestos”. A definição mais fraca dos gráficos perdia para os concorrentes imediatos, mas ainda assim eram relativamente bonitos… principalmente quando comparávamos à arte de capa, simplesmente tenebrosa.
O estágio mais surpreendente era do ninja Amon, onde os lutadores se enfrentavam em cima das asas de um avião (não, não dava dor de cabeça e enjoo, como o cenário do Rashid em Street Fighter V). Inclusive, o derrotado acabava por ser “ejetado” do avião, “voando” para longe.
Conteúdo básico, padrão da época
Tal como a maioria dos jogos de luta da época, Double Dragon contava com um modo arcade (que também era um modo de história), no qual você confrontava todos os personagens do cast, e um modo versus para confronto local.
A quantidade de cenários não era grande, mas contava com decisões artísticas e técnicas interessantes – principalmente o cenário do avião.
A crítica, que não pegou leve
As notas que a mídia especializada da época atribuiu ao game foram mistas. Enquanto em alguns pontos o jogo era consideravelmente elogiável, em outros Double Dragon era execrado – com notas que variavam aos extremos (de uma nota 1 estrela da americana Next Generation até uma nota 5 estrelas da brasileira Ação Games).
As críticas variavam: número de personagens disponíveis, gráficos medianos, tempo de carregamento (Neo Geo CD) e afins, mas nada realmente unânime.
A disponibilidade hoje em dia
Jogar Double Dragon atualmente pode ser uma tarefa árdua. Uma vez que a Technos Japan faliu, as chances de usufruir deste game são restritas a emuladores ou, no caso de desejar uma experiência oficial, a aquisição de consoles antigos, como Neo Geo CD, PlayStation 1 ou a versão digital disponível para PlayStation 3 (lembrando que compras para este console estão cada vez mais restritas devido à desativação gradual de seus recursos online).
As chances do jogo de luta receber um reboot ou remake são relativamente baixas, até mesmo devido à falência da Technos. Todavia, elas não são nulas devido aos lançamentos da franquia original, que continuaram a ser desenvolvidos por outras empresas, como a ArcSystem Works. Double Dragon 4, lançado em 2017, teve críticas mistas e uma avaliação neutra na Steam, mas o que não desanimou a desenvolvedora, que aposta em Double Dragon Gaiden, a ser lançado em 27 de julho, nos próximos dias.
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Gameplay
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Conteúdo
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Visual
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Desempenho
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Trilha Sonora