Quando um jogo é lançado gratuitamente, principalmente quando vemos que é um jogo fanmade (feito por fãs), não é estranho que torçamos inicialmente o nariz. Todavia, quando finalmente abrimos o game e começamos a jogar, a enorme surpresa: o jogo é simplesmente muito bom!
Idol Showdown não esconde em nenhum momento que não é simplesmente inspirado: seu conteúdo realmente é extraído de Hololive (uma agência de YouTubers virtuais) e as personagens são todas VTubers muito populares. Aki, Ayame, Botan, Coco, Fubuki, Korone, Sora e Suisei são as oito personagens disponíveis (há promessa para a inclusão de mais personagens principais), mais nove collabs, personagens de assistência: Amane, Amelia Watson, Marine, Iroha, Risu, Mio, Roboco, Miko e Kiara.
Os modos de jogo são bem básicos: um modo de jogo offline (com modo história e modo versus), um modo de treino (no qual você pode também consultar a lista de comandos) e um modo online (no qual você pode criar uma sala ou pesquisar por salas criadas por outros jogadores) com rollback netcode (em praticamente todas as lutas que fizemos a conexão rodou lisa). Ficamos um pouco decepcionados porque a sala criada não dispunha de um modo de espectador – essencial para realizações de competições online, por exemplo -, mas essa é mais uma questão voltada a streamers do que o público comum, então não a levamos em consideração nesta avaliação.
A mecânica de jogo é similar a anime fighting com três botões de ataque (tal como vemos em Granblue Fantasy Versus e Under Night In-Birth, por exemplo) e um para chamar uma collab, a personagem de assistência, como vemos em Dengeki Bunko Fighting Climax.
Cada personagem conta com estilos bem próprios – e muitas vezes divertidos e beirando o absurdo. Botan, por exemplo, conta com um arsenal que inclui pistolas e granadas, além de um comando especial que ela desliza sobre seu oponente dentro de um carrinho de supermercado. Já Coco é uma grappler com características draconianas, cuspindo fogo e agarrando seus oponentes com sua cauda. Temos também a canina Korone, que além de atacar como um cão, também conta com uma serra elétrica (???) para avançar sobre seus oponentes. Alguns desses recursos provavelmente te arrancarão sinceras risadas no início, mas para quem acompanha Hololive compreenderá sem muitos problemas as escolhas criativas dos desenvolvedores.
Cada personagem de assistência conta com um movimento ofensivo e um defensivo, o que faz com que o jogo possa mudar a qualquer momento, assim como um recurso defensivo de Burst (muito similar ao da franquia Guilty Gear) que permite que o jogador se safe de uma situação bem desvantajosa, mesmo quando já está sofrendo um combo por parte do oponente.
Os gráficos pixelados criam aquela sensação de game dos anos 90, o que traz um charme especial. Todavia, dependendo do estágio de luta, algumas vezes não há contraste o suficiente, o que pode confundir e dar a sensação de “tela poluída”. Ainda assim, podemos dizer que está bem feito. Os sons e a dublagem são medianos, tal como é de se esperar de um game fanmade, mas ainda assim decentes – como me formei em Design de Games, posso afirmar que não é fácil conseguir profissionais na área de som, principalmente quando (mais uma vez) lembramos que este é um game fanmade.
Obviamente, há alguns problemas de balanceamento no game e eventuais bugs, mas que na maior parte das vezes não afetou nossa experiência. Inclusive, o jogo tem recebido atualizações constantes para correção de boa parte desses bugs, mostrando todo o empenho que sua equipe de desenvolvimento colocou para produzir este título.
Os 93% dos jogadores que avaliaram bem o game na plataforma Steam não são à toa. Assim como eles, nós também nos divertimos muito jogando Idol Showdown, que é um game muito agradável e nos surpreendeu positivamente.
Se considerarmos que é um jogo feito por fãs, e gratuito, Idol Showdown é muito bem produzido e planejado, inclusive ao considerarmos o rollback netcode.
-
Gameplay
-
Conteúdo
-
Visuais
-
Desempenho
-
Trilha Sonora