Finalmente, depois de alguns meses, Mortal Kombat 1 teve o seu tão aguardado lançamento. Como um reboot de toda a história da franquia, Mortal Kombat 1 é o reinício desenhado por Liu Kang, que se tornou deus do fogo.
A análise a seguir desconsidera a versão para Nintendo Switch, que conta com diversos bugs e gráficos tenebrosos, sobre a qual falaremos numa matéria à parte.
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Conteúdo
O jogo conta com os seguintes modos e submodos:
Kampanha
– História: a história do jogo em si, contando com lutas específicas e cinemática, tal como já conhecemos na franquia.
– Invasões: um modo de jogo variável, com conteúdos distintos periodicamente. A movimentação é como um jogo de tabuleiro.
– Torres: o modo mais clássico de jogo, presente desde as primeiras edições do jogo, onde é possível ver os finais de cada personagem.
Versus
– Local: uma luta offline contra a CPU ou um oponente real
– Online: uma luta contra um oponente online, podendo ser ranqueada, casual ou em salas privadas
– Torneio: um torneio offline contra oponentes reais
Kustomizar
– Personalização da aparência e equipamentos dos lutadores e parceiros (kameos)
Aprender
– Prática: treinamento livre
– Tutorial: tutorial com técnicas básicas, intermediárias e avançadas sobre diversos conceitos do jogo
– Fatalities: treinamento dos comandos específicos dos fatalities
Extras
– Santuário: um espaço para coleta de diversos recursos de forma aleatória. Gasta-se com as moedas obtidas nos outros modos de jogo.
– Koleção: um espaço para a exibição da coleção de artes, música, vídeos do jogo e afins.
Ajustes
– Configurações do jogo no geral
A história
A cinemática do modo história encanta. Cenários riquíssimos e bem coloridos, com personagens muito bem desenvolvidos. A história não é tão impactante quanto a dos títulos anteriores da franquia, mas agrada. A nova era aparentemente pacífica de Liu Kang está muito bem construída. Os plot twists, as introduções de personagens na história e os cenários são o que esperavámos para cada momento. A fidelidade nos traços, habilidades e personalidades fazem o jogador se encantar com cada personagem apresentado – não passaremos spoilers aqui justamente para que você possa usufruir deste modo história.
O gameplay dos personagens começa bem básico (principalmente os do mundo terreno) e vai se aprimorando conforme a história avança – por exemplo, Raiden só conta com um movimento especial no início da narrativa. Os movimentos e os personagens em si vão evoluindo no decorrer da narrativa. Enquanto alguns personagens contam com origens distintas – por exemplo, Mileena não nasce como uma tarkatânea, mas sim como alguém que é infectada por uma doença que a torna uma tarkatânea -, outros contam com planos de fundo que são explicados mais adiante – por exemplo, Kenshi começa a história ainda com sua visão intacta.
A introdução de diversas linhas temporais criando algo como o Multiverso da DC Comics, as escolhas de Liu Kang ao longo da trama, entre outros motivos vistos na história acarretará no bom ver ou no mal ver dos espectadores sobre este modo.
Invasões
O modo invasões é como se fosse um enorme tabuleiro. Conforme você vai avançando pelas “casas”, você precisa cumprir um objetivo específico, abrindo rotas pelo cenário. É possível adquirir objetos especiais neste modo, que vão desde elementos para as skins de personagens até objetos para a galeria de extras do jogo.
O modo Invasões começa interessante, mas prossegue consideravelmente cansativo e enjoativo, pois os conteúdos começam a se repetir. É mais válido pela coleta de moedas e itens especiais do que necessariamente pela jogabilidade.
Acessibilidade
Um dos recursos mais marcantes dentre os jogos de luta atuais, a acessibilidade que Mortal Kombat 1 traz é impressionante. O cuidado que foi dispensado ao desenvolver a acessibilidade, principalmente para os deficientes visuais, é algo que precisa ser elogiado.
Desde o início do jogo já são ressaltadas essas opções, com leitor de tela, que confirma os detalhes das opções selecionadas e descreve diversas ações – até mesmo os fatalities. Ou seja, qualquer player, literalmente, é capaz de aproveitar bem o Mortal Kombat 1.
Jogabilidade
As partidas rodam de forma muito confortável. O sistema de kameos (parceiros), que gerava alguma preocupação, traz uma dinâmica especial à partida, gerando diversos tipos de estratégia. Sendo encaixáveis nos combos, os parceiros trazem inúmeras possibilidades de rotas de combos. Mesmo um personagem mediano pode ser absolutamente usável se o kameo for bem escolhido.
Quanto ao online, já havíamos apreciado as partidas online durante o beta fechado, então a experiência, que já havia sido positiva, continuou plenamente satisfatória. O online rodou liso nas lutas que realizamos. Todavia, lamentamos profundamente que o crossplay não tenha sido implementado já no lançamento – sem dúvida uma das maiores decepções que tivemos com o jogo. Com o crossplay não sendo entregue neste momento, as bases de jogadores ficarão separadas, sem ainda uma data para que o crossplay seja implementado – até mesmo havendo dúvidas quanto às plataformas que se cruzarão. Mortal Kombat 11, por exemplo, só conta com crossplay entre PlayStation e Xbox.
Os confrontos ranqueados são decididos em FT3 (primeiro a ganhar três). A vitória somente é contada para quem vence a FT3. Se a FT3 é interrompida, o vencedor é quem permanece nela – de certa forma, um estímulo para que os jogadores sempre peçam a revanche. Não há a opção de recusa de revanche por parte do vencedor, algo que pode ser frustrante caso as condições da partida tenham sido insatisfatórias.
Gráficos e Visual
Alvo de críticas por alguns fãs, os gráficos seguem uma arte que já é tradicional na franquia, num estilo muito mais voltado ao realístico do que o cartunesco. A qualidade dos gráficos em si está excelente, principalmente os planos de fundo, muito ricos. As expressões faciais estão muito bem desenvolvidas – um pouco mais e pensaríamos ser um filme com atores reais, e não um jogo de luta.
O HUD do game, como menus, barras de vitalidade e afins, segue a linha do que já víamos historicamente na franquia – sutil, mas ainda assim informativo, claro e com ótimo contraste e leitura. Um ponto que é indiscutível é a qualidade da arte do jogo por completo. Porém, a ausência das informações de conexão durante as partidas online é um tanto estranha – elas são notificadas apenas na confirmação de pareamento da partida.
Desempenho
Mortal Kombat 1, tal como havíamos anunciado neste artigo, ocupa impressionantes 114 GB de disco no PlayStation 5. Para efeitos de comparação, Street Fighter 6 ocupa 42 GB e The King of Fighters XV um pouco mais, 66 GB. Isso é perceptível pela quantidade enorme de cinemáticas durante o modo história, o que deve ser responsável por boa parte desses dados. Isso pode prejudicar seriamente os jogadores que não contam com discos muito amplos em seus consoles ou computadores.
Os comandos contam com ótimas respostas, mas sentimos um pouco de dificuldades em alguns combos e confirmações do modo tutorial. Para piorar, alguns combos eram tão impraticáveis que nem mesmo a demonstração deles conseguia executá-los, conforme diversos relatos e críticas nas redes sociais – não chegamos a avaliar todos os personagens em si.
Quando um jogador sai do modo online há uma demora muito grande para um retorno na tela, o que causa a impressão de que o jogo congelou. Falta um feedback nessas situações para não alarmar os jogadores. Não notamos durante nossas partidas bugs além deste acima, mas há muitos relatos nas redes sociais sobre bugs, principalmente em PCs.
Sons e trilha sonora
A dublagem de Mortal Kombat 1 em Português do Brasil está muito bem feita. As falas trazem o carisma dos dubladores brasileiros, que se esforçaram para dar um toque tupiniquim à franquia. Já na dublagem americana, alguns fãs se incomodaram com as falas robóticas da personagem Nitara, dublada por Megan Fox.
Quanto às músicas, elas dão a emoção necessária para a cena, seja no modo história, seja nas demais situações.
Conclusão
Mortal Kombat 1 tem seus erros, mas seus acertos são louváveis, tornando o jogo uma experiência única. É esperado, porém, que a Warner e a NetherRealm corram atrás dos ajustes para os bugs e outros elementos mais que preocupam os fãs no geral, mas sem dúvida a ausência do crossplay precisa ser solucionada, pois isso deixa o game muito atrás de seus concorrentes principais.
Mortal Kombat 1 foi lançado mundialmente hoje, 19 de setembro, e está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.
Muito divertido, com gráficos de encher os olhos e uma história que pode não ser a mais impactante da franquia, mas ainda assim é empolgante. Todavia, o enorme espaço em disco ocupado e os diversos bugs incomodam bastante.
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Gameplay
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Conteúdo
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Visuais
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Desempenho
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Som e Trilha Sonora