De início ficamos incrédulos, mas o port de Samurai Shodown para a Netflix se tornou realidade e já está disponível desde ontem para dispositivos Android e iOS. O jogo está disponível gratuitamente para assinantes de qualquer plano da Netflix, e você pode baixá-los na Apple App Store ou na Google Play.
Com isso, resolvemos avaliar este port, que já surpreende pela quantidade de recursos que oferece. Nosso editor, Shiro, instalou o jogo e fez alguns testes. Confira nossas impressões.
Instalação e desempenho
A instalação pode ser feita diretamente das lojas de aplicativos Android ou iOS nos links que informamos logo acima. Ficamos assustados com a quantidade de espaço em disco que o game ocupou: pouco mais de 3GB – muita coisa, o que dificultará a experiência de diversos jogadores com celulares com pouco espaço de armazenamento.
No dispositivo que utilizamos, um Samsung Galaxy S20, que tem 128GB de armazenamento interno, isso acabou não sendo um problema gigantesco, mas em aparelhos com menos espaço disponível isso será, sem dúvida, um dificultador.
Sentimos também o smartphone esquentar bastante, mesmo após apenas uns vinte minutos de jogo – mais do que estamos acostumados com outros jogos. Logo, com o passar do tempo acaba por ser incômodo jogar justamente devido a esse aquecimento.
Modos de jogo
Os modos de jogo do port são quase os mesmos da versão para consoles e PC, com exceção do modo Dojo, onde você enfrenta fantasmas gerados por outros jogadores. Modo história, partida offline, partidas online, modo sobrevivência e tudo o mais estão disponíveis no port, o que deixa o jogo extremamente completo se considerarmos que é um game mobile.
É importante ressaltar que o modo tutorial é “obrigatório” para os jogadores, já que só é possível desbloquear os personagens Nakoruru e Shizumaru ao realizá-lo. Acaba por ser bem simples e rápido, então não será um grande problema passar por esse tutorial.
O modo online conta com as mesmas condições dos consoles e PC: batalhas ranqueadas ou salas. As configurações para as partidas ranqueadas são bem simples e no começo será perguntado se você deseja avançar mais alguns Dan ou começar no mais baixo. Após isso, você pode também, conforme a imagem acima, escolher se quer enfrentar alguém de mesmo nível, de ranks próximos ou de qualquer ranking.
Trilha sonora
A trilha sonora deste port é a mesma de Samurai Shodown para consoles e PC. Ou seja, as músicas estão, tal como já conhecemos, excelentes. Você pode escutá-las no modo Galeria e vai sentir falta de uma opção para escutá-las em sequência (ok, poucos jogos disponibilizam isso).
Gráficos
Os gráficos foram uma grata surpresa. Obviamente com uma qualidade inferior ao que vemos nos dispositivos principais, o port conta com uma ótima renderização. Todavia, e talvez até mesmo esperado, o sangue está desligado no jogo e não há opções de ativar a sua exibição.
Por exemplo, o Movimento Superespecial do Shizumaru, que é um dos mais sangrentos, já que produz literalmente uma chuva de sangue, com o sangue desligado o movimento se torna extremamente insosso e muito menos impactante.
As transições e animações estão adequadamente fluídas – se não fosse por sabermos que é um port, sequer desconfiaríamos que o jogo está rodando num celular.
Controles e jogabilidade
Samurai Shodown conta com comandos na tela touch, tal como ocorre com diversos outros jogos. Não é muito fácil utilizar o direcional, então pode ser interessante utilizar um controle Bluetooth ou um controle auxiliar de touch para suprir essa necessidade.
O botão de skill cumpre boa parte das habilidades do personagem, requerendo apenas uma direção, mais esse botão. Porém, você pode também fazer o golpe com o movimento completo ao invés do botão de skill. Alguns movimentos foram suprimidos, como o teleporte da Shiki ou a estocada múltipla da Charlotte, e há outros que não são possíveis de serem feitos com o botão de skill.
A técnica de desarme, que utiliza a barra de fúria, é executada de uma forma bastante peculiar: desliza-se o touch na parte direita da tela frente-trás-frente ou trás-frente-trás para executar. Igualmente fácil, o Supermovimento, que pode ser utilizado apenas uma vez na luta, é feito na mesma área, mas com o movimento cima-baixo-cima ou baixo-cima-baixo. Todavia, por mais que sejam simples de serem feitos no neutro com esse movimento, não conseguimos executar a técnica de desarme após cancelar um botão devido à ergonomia desses controles.
O modo online
Sem dúvida o que gera mais curiosidade, as partidas online apresentaram pouquíssimos gargalos, com pings que oscilaram entre 15ms e 40ms – números muito bons, se considerarmos que estamos em celulares, sob conexões wi-fi ou até mesmo 4G ou 5G. Na maior parte do tempo os comandos tiveram uma resposta adequada e tudo funcionou com relativa fluidez.
Em um certo momento, tivemos numa luta Darli contra Yashamaru um atraso na execução da técnica de desarme dela. Não soubemos se era pelas características dos golpes ou por algum delay na conexão. Vale ressaltar que é comum em jogos de luta mobile haver muitas reclamações referentes a conexões e netcode e que, pelas condições da internet brasileira dificilmente podem ser resolvidas.
Conclusão
Samurai Shodown é um ótimo port de um jogo de luta para dispositivos móveis, sendo provavelmente um dos melhores já feitos. Todavia, o espaço de armazenamento que ele ocupa é preocupante, assim como o aquecimento exagerado que ele gera no celular, indicando que o processamento dele é consideravelmente intenso.
O fato de não poder jogar com o sangue ligado tira o impacto da maioria das técnicas – lembrando que nos consoles é possível ligar e desligar esse recurso.
O jogo apresenta uma qualidade superior à que esperávamos por ser um port para dispositivos móveis. Todavia, o espaço em disco ocupado e o quanto aquece o celular após alguns poucos minutos de jogo podem ser um problema. Além disso, a censura deixa o jogo bem menos impactante graficamente.
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Gameplay
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Conteúdo
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Visuais
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Desempenho
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Trilha Sonora